Quem são os vencedores do Nobel latino-americano em ciência?
março 24, 2021Ao longo de seus 120 anos de existência, o Prêmio Nobel reconheceu um total de 17 personalidades latino-americanas. Por meio de diferentes categorias, a condecoração destacou trabalhos que promoveram a paz mundial; geraram avanços em áreas como a medicina, física ou química; ou mesmo enalteceram manifestações artísticas, como a literatura.
Uma indicação à tal honraria é sinônimo de qualidade e excelência, por isso, as instituições ou os grandes cientistas, pesquisadores, escritores e pensadores que conquistam este reconhecimento entraram para a história pela porta da frente.
Na lista de ganhadores do Prêmio Nobel, a América Latina contribuiu para o mundo com expoentes nas categorias Literatura, Medicina ou Fisiologia, Química e também com grandes promotores da Paz.
Embora prêmios nesta categoria não sejam tantos quanto os pesquisadores gostariam, esta região do Continente tem muito a cooperar com o mundo na área da medicina. A América Latina, aos poucos, vem mostrando que o conhecimento pode vir de todas as latitudes.
Prêmios Nobel de Ciência na América Latina
No que diz respeito ao reconhecimento científico, cinco Prêmios Nobel foram atribuídos a latino-americanos, sendo três correspondentes a expoentes da Medicina e Fisiologia, e dois a pesquisadores da Química. Entre as centenas de cientistas detentores do Nobel em todo o planeta, ocupam este pedestal de sabedoria na América Latina os seguintes nomes:
– Bernardo Alberto Houssay (1887-1971) – Argentina
Vencedor do Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1947, o argentino Bernardo Alberto Houssay dedicou sua carreira ao estudo das glândulas endócrinas, desvendando a relação entre o metabolismo dos carboidratos e o surgimento do diabetes.
Um fato menos conhecido sobre Houssay é que ele era um pequeno gênio – com 14 anos de idade ingressou na Escola de Farmácia e Bioquímica da Universidade de Buenos Aires (UBA), levando apenas três anos para se formar. Aos 21 anos foi nomeado professor titular de Fisiologia da UBA e graduou-se em medicina aos 23 anos, na mesma universidade.
– Baruj Benacerraf (1920-2011) – Venezuela
Ganhador do Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1980, o venezuelano Baruj Benacerraf concentrou seus estudos no sistema imunológico, descobrindo genes envolvidos nas respostas imunológicas que estão diretamente ligadas à aceitação ou rejeição de órgãos transplantados.
Benacerraf obteve seu bacharelado em ciências na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, complementando seus estudos de doutorado na Faculdade de Medicina da Virgínia. Em 1948 iniciou suas pesquisas sobre alergias, o que lhe rendeu inúmeros prêmios.
– César Milstein (1927-2002) – Argentina
Laureado com o Nobel de Fisiologia e Medicina em 1984, César Milstein formou-se em medicina na Universidade de Buenos Aires (UBA) e dedicou-se à área de pesquisa bioquímica. Seus focos foram os anticorpos e a forma como eles colaboram para o funcionamento das defesas do organismo.
Milstein obteve o título de doutorado em Bioquímica na Universidade de Buenos Aires (UBA) e, mais tarde, migrou para a Inglaterra para continuar seus estudos em Cambridge. Além de ser uma eminência da ciência, Milstein caracterizou-se pelo seu rigor: nunca patenteou a sua descoberta, pelo contrário, considerou-a propriedade da humanidade.
– Luis Federico Leloir (1906-1987) – Argentina
Médico e bioquímico argentino, Luis Federico Leloir ganhou o Prêmio Nobel de Química, em 1987. O interesse deste cientista centrou-se nos carboidratos, com o objetivo de conhecer as propriedades dos açúcares e sua ligação com a energia utilizada pelo organismo em seu metabolismo diário.
Leloir obteve o doutorado em medicina pela Universidade de Buenos Aires em 1932, migrando posteriormente para outros laboratórios, como o de Bioquímica, em Cambridge (Reino Unido), e o Dr. Carl Lori, em St. Louis (Estados Unidos), para continuar sua linha de pesquisa.
– Mario José Molina Pasquel Herníquez (1943-2020) – México
Vencedor do Prêmio Nobel de Química em 1995, Mario Molina foi pioneiro e um dos principais cientistas da química atmosférica. Suas descobertas revelaram os danos que alguns aerossóis podem causar na camada de ozônio. O trabalho deste pesquisador, que estudou com precisão o impacto dos clorofluorocarbonos (CFCs) no meio ambiente, levou à elaboração do Protocolo de Montreal das Nações Unidas – primeiro tratado internacional que efetivamente enfrentou um problema ambiental de escala global e de origem antropogênica.
Molina graduou-se como bacharel em Engenharia Química pela Universidade Nacional Autônoma do México, continuando seus estudos de pós-graduação na Alemanha e na Califórnia (EUA). Ele também foi professor de química nas mais prestigiosas universidades estadunidenses, entre as quais constam University of California e Massachusetts Institute of Technology (MIT).